Corda do Círio será produzida em Castanhal pelo 3º ano consecutivo
A corda do Círio de Nazaré será produzida em Castanhal, pelo terceiro ano consecutivo. A confirmação foi dada pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) na última sexta-feira (7).
A organizadora da festividade fechou a parceria com a Companhia Têxtil de Castanhal. A corda é produzida em malva amazônica e será totalmente produzida e preparada pela CTC, inclusive o entrelaçamento, os nós e argolas, que atrelam às estações.
“Mais um ano a corda sendo produzida por mãos paraenses, com as mesmas especificações do ano passado. Mantivemos o nó utilizado ano passado para atrelamento às estações, pois funcionou nas procissões, sem nenhum rompimento. É importante ressaltar que esta corda é uma produção exclusiva da CTC para o Círio, ela não é comercializada. E chegamos ao nível que atende a necessidade do Círio e por isso renovamos mais este ano”, conta Antônio Sousa, diretor de procissões do Círio 2025.
A corda utilizada nas procissões tem 800 metros de comprimento com partes de 400 metros, para cada romaria, 60 milímetros de diâmetro e é composta por 32 nós e argolas.
Já vem adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.
A CTC inicia a produção em abril e toda a produção terá acompanhamento da DFN. A previsão é que a entrega ocorra no início de setembro.
Como é feita a corda do Círio
Antes a corda utilizada no Círio e na Trasladação, até 2022, era feita de sisal: uma fibra vegetal muito dura e resistente, e era produzida em Santa Catarina.
Na proposta da CTC em 2023, a corda foi produzida por uma composição de fibras de malva amazônica, plantada e cultivada na região. Esta nova composição ficou mais macia ao toque das mãos.
Quanto ao seu processo de transformação em fios, são muitos os estágios de fabricação, desde a colheita, realizada por diversas comunidades que fornecem o material à CTC, até a produção final.
Histórico
A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.
(Com informações da Ascom DFN)