Lagos e clareiras de Curuçá são resultado de chuva de meteoritos, diz estudo
Há quase 100 anos Curuçá, município a 60 km de Castanhal, foi atingido por uma chuva de meteoritos. O fenômeno deixou marcas na região: crateras parecidas com pequenas lagoas e clareiras, em meio à mata fechada.
As informações constam no Estudo “Lagos/cratera de meteoritos no município paraense de Curuçá”, assinado por um grupo de cinco estudiosos. E de acordo com o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) o fenômeno teria ocorrido em 1927, quando o material teria caído do espaço, atravessou a atmosfera e foi parar em solo paraense.
A maior cratera fica em uma região de mangue na zona rural do município. Com 220 metros de diâmetro, o local sempre chamou a atenção dos moradores, mas ninguém sabia a origem.
“A área central de Curuçá possui um significativo número de lagos de forma circular, característico de crateras formadas por impacto de asteroides ou meteoritos. Analisando dados de passagens de cometas massivos recentes, determinamos o ano provável de ocorrência desses impactos: 1927. Esses lagos/crateras são notórios
pela sua grande quantidade e pequeno diâmetro, se comparados com impactos já ocorridos na Terra”, explica o estudo.
O maior lago tem um diâmetro de 220 m e a rocha que a escavou 23 m. Esse lago tem grande semelhança com outro lago no Canadá, devido a impacto de asteroides o que sugere sua possível origem. Este trabalho faz uma recapitulação de ocorrências desse tipo de evento e a mecânica subjacente. Com as informações de Brazilian Journal of Development.
O Sipam, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), esteve à frente dos estudos para desvendar o mistério que durou mais de nove décadas. Os resultados foram publicados em 2023. Quase 100 anos depois da colisão dos meteoritos no solo, as árvores não cresceram no entorno das crateras.
As seis crateras ficam na zona rural e com características parecidas. A prefeitura quer promover ainda mais os estudos na área e incentivar o turismo no município.