Exposição Matri Potências Iyabás, até 27 de setembro, no SESC


Até o dia 27 de setembro, no SESC, estará disponível para visitação a exposição “Matri Potências Iyabás”, de curadoria de Edilene Lisboa.

As esculturas poderão ser conferidas de segunda a sexta-feira, das 14:00 às 20:00.

A exposição é um dos produtos educacionais da Tese de Doutorado Profissional de Lene Lisboa (curadora desta Exposição) pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares, IFPA-Castanhal – linha educação – que foi aprovado pelo Edital de Demais Áreas Culturais Lei Paulo Gustavo.

O objetivo é expor esculturas das Iyabás (Grandes Mães Rainhas Africanas e Afro-diaspóricas) contextualizadas nas suas cosmopercepções para o ensino de Biologia, notadamente sobre a educação popular do parto quanto aos aspectos do gestar, parir, nascer e maternar.

A Exposição apresenta os arquétipos das Rainhas Iorubanas: Nanan, Iemanjá, Ewá, Oxum, Obá e Oyá (Iansã). Foram produzidas 12 esculturas, sendo 6 de busto, com 50 cm, e 6 de corpo inteiro, com 30 cm. Confeccionadas
em biscuit, as esculturas contextualizam os itans (histórias) das Iyabás.

Além de expor esculturas das Iyabás, também serão expostos Modelos Didáticos para o Ensino de Biologia.

O projeto centraliza os arquétipos de matrigestão das Iyabás para além de suas potências biológicas que proporcionam também o gestar do cuidado social, ecológico, econômico e educacional, para dialogar o conceito de mãe e filha, realocando os verbos gestar, parir, nascer e maternar para o social, ao refletir pelo
espelho de Oxum, o nosso cotidiano.

O termo ‘Iyabás’ faz referência às grandes Mães Rainhas Orixás, que na diáspora se estabeleceram no Brasil por processos de resistências da matrigestão de mulheres negras e que ainda podem ser encontradas em locais de preservação desta cultura, mesmo diante das perseguições em virtude do racismo religioso.

As Iyabás são tanto os elementos da natureza (água, vento, fogo e terra) quanto os seres vivos (ostras, estrela-do-mar, cavalo-marinho, pavão, borboleta, e animais que se camuflam).

Dessa forma, as culturas de matrizes africanas no Brasil estão intrinsecamente relacionadas à defesa do meio ambiente, ou seja, ao bem viver.